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Escrituração nas Farmácias

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Entrevista feita pela Revista Farmacêutico RT

06/03/2013 – Entrevista com Ana Paula Ribeiro da Costa, coordenadora farmacêutica nas lojas Bandeira Raia, da Raia Drogasil, feita pela Revista Farmacêutico RT, debate a implementação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados para antimicrobianos em todo o Brasil. 

Formada em farmácia, com pós-graduação em administração em recursos humanos, fala sobre a importância da escrituração, como está a preparação do profissional para atuar com o novo sistema e, principalmente sobre a rotina do farmacêutico a partir da nova determinação da ANVISA. Acompanhe:

REVISTA FARMACÊUTICO RT (FRT): A escrituração dos antimicrobianos era uma determinação necessária para controlar o uso indiscriminado de medicamentos pela população?

ANA PAULA COSTA (APC): Sim. O uso excessivo e a utilização irracional de antimicrobianos tornou-se um grave problema de saúde pública. Aumentou-se o risco de resistência bacteriana e consequentemente diminuiu o número de medicamentos com efetividade contra as infecções.

Esta realidade “sem controle” levou a autoridade sanitária federal, ANVISA, a reforçar a exigência legal, através da publicação da RDC 44/2010 que foi substituída pela RDC 20/2011, que estabelece os critérios para a prescrição, dispensação, controle, embalagem e rotulagem de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. Com a escrituração no SNGPC, existirá um controle maior em relação à prescrição e dispensação dos antimicrobianos, além de proporcionar mudanças no comportamento da população, buscando sempre orientação e acompanhamento médico.

(FRT): Como você avalia a preparação do farmacêutico no Brasil para trabalhar com este sistema de gerenciamento?

(APC): Cada vez mais a profissão do farmacêutico evolui e abrange uma gama maior e mais complexa de responsabilidades. Além da tradicional atuação na dispensação de medicamentos, o farmacêutico é um membro integrante da equipe de saúde e assume funções variadas, fornecendo serviços de atenção farmacêutica e ajudando a garantir o melhor tratamento para os pacientes. O Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) atribui ao farmacêutico a responsabilidade de ser o único profissional autorizado a fazer a remessa de informações para a sua plataforma de dados.

Apesar do manuseio do sistema ser simples, o processo requer conhecimento, é extenso, cansativo, requer atenção e cuidado e uma vez que ocorre um erro operacional, o farmacêutico facilmente se perde no processo, principalmente tratando de um sistema  integrado para  medicamentos controlados e antimicrobianos. O farmacêutico é um profissional voltado à área técnica e não tem nenhuma preparação básica para gerenciar o sistema. Precisa de orientação e qualificação.

(FRT): O SNGPC para antimicrobianos, ou SNGPC 2.0, como chamado pela ANVISA, pode ser uma primeira evolução de muitas que virão para o sistema, como a expansão da escrituração para hospitais e clínicas, por exemplo?

(APC): Sim, entendo importante e necessária a expansão desta escrituração, pois caracteriza um controle rigoroso, evitando fraudes e uso indiscriminado, cultivando desta forma, uma cultura organizacional para a saúde no país.

(FRT): O inventário do SNGPC para antimicrobianos não será feito mais através do site da ANVISA, e sim transmitido por meio de um programa com arquivo XML específico para esta finalidade. Este modo pode trazer mais eficácia e/ou facilidade para farmacêuticos? De que maneira?

(APC): Sim. A transmissão de inventário via XML traz um avanço comparado com a versão anterior, onde muitos farmacêuticos sofriam com os constantes problemas do site do SNGPC. A implementação do inventário nos programas possibilita mais facilidade de uso pelo farmacêutico e maior gerenciamento da informação, além de propiciar maior integração dos dados do inventário com a movimentação digitada.

(FRT): O SNGPC para antimicrobianos pode burocratizar o trabalho e sobrecarregar as atividades dos farmacêuticos?

(APC): O processo de digitação das receitas requer atenção e cuidado, portanto torna-se moroso. O fluxo de clientes é contínuo e cresce a cada dia a procura pelo atendimento farmacêutico. Com a entrada dos antimicrobianos teremos  teremos praticamente o dobro das escriturações e desta forma o Farmacêutico perde espaço para o desenvolvimento do trabalho técnico e assistência farmacêutica.

(FRT): Quais os detalhes que você deixaria de recomendação para os farmacêuticos se atentarem nesta nova fase de gerenciamento dos antimicrobianos no Brasil?

(APC):

  • Organização do estoque;
  • Organização na escrituração;
  • Envio diário dos arquivos xml;
  • Conhecer e seguir na integra a RDC20 ou futuras atualizações;

O controle dos antimicrobianos devem seguir os mesmos cuidados que os medicamentos controlados já escriturados.

Ana Paula Ribeiro Costa
Coordenadora farmacêutica nas lojas Bandeira Raia, da Raia Drogasil.
Ana Paula é formada em farmácia, com pós-graduação
em administração em recursos humanos.

Fonte : Revista Farmacêutico RT – Edição Março/Abril 2013

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